11.10.04

obrigado christopher

desde que me entendo por gente ele esteve comigo. junto com meus pais, meus brinquedos, meu ursinho de pelúcia. em 1978, um ano antes do meu nascimento, christopher reeve estreava “super homem” (direção de richard donners) nas telonas. aos quatro anos de idade, não tive dúvida em escolher a minha fantasia do carnaval e ainda digo mais. passado o período de folia, eu ainda quis continuar usando a capa vermelha e a blusa azul com aquele s reluzente no peito.
mais do que os quadrinhos ou o desenho animado, foi o filme do super-homem que me fez ficar apaixonado pelo mais incrível dos heróis que conhecemos. foi na pele de christopher reeves que eu tive a certeza de que ele era real. de que ele poderia me salvar.
depois, passado o tempo, eu não virei fãzinho de ficar colecionando gibi ou colocando pôsteres na parede, mas continuei fiel ao meu ideal. no final dos anos 80 veio a moda do filme do batman, a invasão japonesa com jaspion, changeman, cybercops e jiraya. nos anos 90 vieram os x-men... curti todos, fui até mais viciado em alguns aspectos, mesmo assim, nunca me esqueci do super-homem, por mais demodé que ele tenha ficado, por mais old-fashioned que ele pareça para as crianças de hoje, com aquela roupa colante e coloridona. diante de tantos parceiros hi-tec, fica difícil cativar os pequenos que não tiram o olho da tela e a mão do mouse.
hoje temos o novo desenho da liga da justiça, que é bastante interessante além do seriado smallville, que deu novo gás ao “homem de aço”, arrematando uma nova legião de fãs. nem preciso dizer qual é meu sitcom favorito, né? lembrar da participação de reeve cara a cara com tom welling foi emocionante. o encontro de dois super-homens. duas gerações, duas realidades, mas com o mesmo ideal.
como já disse, nunca li muito os gibis, mas não deixei de acompanhar, sua morte, sua ressurreição e sua maturidade da mesma forma que acompanhei a dor, a redenção e a vitória de christopher reeve sobre a morte, quando caiu do cavalo, em 1995, e quase se foi.
na verdade, ainda era cedo. ele tinha mais a nos falar: sua perseverança, sua força e sua luta pelo uso das células tronco em doenças são as últimas lembranças que temos para guardar de um astro que nos brindou não só com seu talento, mas também com sua coragem, saúde e gosto pela vida...
o super homem morreu ontem, dia 10 de outubro, às 17h30 (18h30 de brasília) no hospital northern westchester de nova york, depois de ter entrado em coma no sábado quando sofreu um infarto do miocárdio em casa enquanto era atendido por causa de uma ferida. é provável que algum medicamento usado no hospital tenha kriptonita como princípio ativo. ele não iria nos deixar assim, tão fácil.

ouvindo love in the afternoon, legião urbana.

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